16 outubro 2011
11 outubro 2011
Aquele momento especial em que nos permitimos sentir
Tomei uma decisão: vou ao Psicólogo. É uma decisão que na minha ideia me faz uma pessoa maior. Admito que tenho assuntos por resolver, mágoas por exprimir e capítulos por fechar, e tudo isto se torna demasiado espaçoso para a minha mobília interior. Por defeito sou uma pessoa que guarda tudo, e gosto. Custa-me mesmo abdicar de algo e apego-me facilmente às 'coisas'. That's me. Mas no que toca a situações que ultrapassam a minha possibilidade de manejamento na altura em que acontecem ignoro-as. Faço de conta que não existem, não existiram e faço questão de ingorar que existirão. Defeito ou feitio, é assim que processo estas situações.
Adiante; tomei esta decisão porque quero abrir espaço à pessoa adulta que me sinto tornar. Sim, esse tempo vem aí, sinto o passo em frente a menos de nada e quero por-me em ordem. Sempre me orgulhei de me conseguir distanciar de mim mesma, da minha posição ou da situação em questão, resolvê-la como 3º, regressar a mim e agir. Não que seja uma pessoa extremamente calculista, grande parte de mim reage tão espontaneamente que até a minha própria pessoa surpreende. Gosto das minhas dicotomias, entertêm-me (e ainda bem, porque me aborreço com facilidade).
Tenho-me apercebido nos últimos 2 anos da modelação que estes pequenos traumas vivenciais têm operado na minha maneira de agir (e não, não digo maneira de ser) e, muito sinceramente não tenho espaço ou paciência para fantasmas, assuntos pendentes ou nuvens a pairar na minha atmosfera. E já permiti o desenrolar deste estado tempo demais; está na hora de arrumar a casa e as mangas estão arregaçadas.
Ah, sim, estou a esquecer-me de uma parte importante nesta exposição a mim mesma, ao mundo, a quem aprouver... o porquê. Que caco de vidro arrumado para debaixo do tapete deu sinal de malícia? Diria mais o serviço de copos inteiro, já que nenhum deles fez o favor de ficar na prateleira, muito menos o obséquio de me permitir aspirar os cacos do seu antecessor. Deixando as minhas amadas metáforas de lado, o que aconteceu foi uma situação atrás da outra, sem me dar sequer tempo de respirar entre elas. Não quero que me entendam mal (quem quer que 'vocês' sejam), eu não reprimo tudo. Aliás, manifestações espontâneas de choro incontrolável tiveram a sua altura, berros e a pontual agressividade também nas situações que as mereceram. O que acontece é que, para além de não ter paciência para lidar com esses estados durante muito tempo, também não tenho resistência emocional que baste. Estar deprimida deprime-me. Toda esta forma de lidar até há bem pouco tempo resultava, até que deixou de o fazer. Tive a visita agradabilíssima dos meus 3 pesadelos recorrentes, outros originais (nas alturas de maior desconforto) e, depois de começar a dissociar os estados emocionais das situações em questão pelo tempo decorrido, ficaram as mazelas das reacções automáticas de rejeição de situações que me façam lembrar (remotamente que seja) dos traumazinhos de estimação. Isto traduz-se na intensificação da reacção à minha fobia, em comentários ou acções tensos e potencialmente agressivos, na quase extinção de uma paciência que desafiava a lógica humana, e outras reacções estranhas à minha pessoa o que, como devem calcular, me incomoda bastante.
Assim, vou por-me nas mãos de um profissional, admitir que preciso de ajuda e preparar-me para dar as boas-vindas ao meu futuro de casa arrumada.
E deste modo tosco ressuscitei o meu 2748757494º blog (valor aproximado), esperando que finalmente consiga ser fiel a ele, ver-me crescer e talvez, se estes registos forem encontrados por aguma alma penada que deambule à toa na blogosfera, inspire expire ou soluce alguma mudança, aceitação ou comichão. Estejam à vontade, eu também estarei.
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